Perda auditiva atinge cada vez mais cedo a população brasileira

8 de outubro de 2014

O INOOA em parceria com a FOB realizará dia 11 de outubro, sexta-feira, das 8h30 às 17h30, I Curso de Atualização em Otologia como parte do seu programa de educação continuada, com a presença do renomado Professor Dr. Sady Selaimen, da UFRGS. Esta é mais uma oportunidade para discussão de temas relevantes da Otologia clínica e cirúrgica.

Dr. Otávio Marambaia, o diretor da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia na Bahia, recebeu a imprensa para falar sobre perda auditiva, e a repercussão da alteração da Lei do Silêncio sancionada pelo prefeito ACM Neto. Caso não haja qualquer tipo de entrave, Salvador sofrerá alterações no limite de ruído permitio com o aumento – em decibéis – dos atuais 60 decibéis (dB) para 85 dB, entre as 22h e as 7h; já no período entre 7h às 22h, a variação será de 70 dB para 110 dB, em períodos de grandes eventos como Carnaval e São João. Além de prever, ainda, aumento significativo em quatro pontos do município: Pelourinho, Parque de Exposições, Rio Vermelho e Arena Fonte Nova o nível de ruído permitido subirá.

Estima-se atualmente, segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), que 6% das pessoas que moram em países em desenvolvimento sejam portadoras de algum grau de deficiência auditiva. Tal limitação traz como consequências atrasos no desenvolvimento da linguagem, dificuldades de escolarização e profissionalização, além de problemas de inclusão social.

Já se constata que a perda auditiva está começando a surgir mais cedo entre os moradores de grandes cidades. O grave problema do excesso de barulho piora a cada dia. O trânsito pode ser um grande vilão. Além de incômodo, os altos ruídos afetam a saúde física e psicológica gerando estresse, ansiedade, aumento da pressão sanguínea. De acordo com Dr. Otávio Marambaia, a poluição sonora provoca problemas neurológicos, piora da hipertensão, perda de apetite sexual e outros. “A exposição ao excesso de barulho faz com que a pessoa desenvolva problemas de saúde de diversas naturezas, como surdez e estresse. Também faz com que o trabalhador não se concentre nas suas atividades, seja menos criativo e produza menos. Por último, locais barulhentos tendem a ser críticos, fazendo com que os indivíduos discutam e briguem mais”, diz.

A perda auditiva pode começar desde cedo. Nem sempre um estudante desatento nas aulas é desinteressado, ele pode simplesmente apresentar problemas de audição. Com dificuldades para ouvir, não consegue aprender direito. Costuma ter conflitos de relacionamento e apresentar distúrbios de comportamento, como falta de concentração ou retraimento em excesso. Está comprovado que alunos com deficiência auditiva têm o rendimento escolar prejudicado.

DIAGNÓSTICO PRECOCE

Tão importante quanto o teste do pesinho, o teste da orelhinha é realizado para detectar problemas de audição no bebê. É rápido, indolor, não fura a orelha do bebê e deve ser realizado após dois dias de nascido ainda na própria maternidade. Quanto mais cedo forem diagnosticados problemas de audição e mais rápido for a intervenção, melhor será o prognóstico e o apoio à criança para que tenha um desenvolvimento normal.

Existem evidências de que a perda de audição seja a deficiência mais comum em crianças infectadas congenitamente pela rubéola. A busca de tratamento deve ocorrer rapidamente. É necessário realizar teste auditivo e outros exames médicos. A partir daí avalia-se o tipo de tratamento a ser utilizado e que deve estar adaptado às necessidades específicas de cada criança.