FOB realiza mais uma edição da campanha para marcar o Dia Mundial da Voz

28 de abril de 2015

Nos dias 15 e 16 de abril, a a Associação de Fomento da Otorrinolaringologia da Bahia (FOB) e o INOOA realizaram mais uma edição da Campanha da Voz. A iniciativa, pioneira no Brasil, é promovida pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia através da sua afiliada Academia Brasileira de Laringologia e Voz e passou a ser adotada em todo o mundo.

Dezenas de profissionais que trabalham com a voz e pessoas com rouquidão prolongada receberam atendimento gratuito, com consultas e exames de laringoscopia. Além de preservar e prevenir os distúrbios da voz, a campanha tem o objetivo de fazer o diagnóstico precoce do câncer de laringe.

Dra. Ana Carolina Mendonça, coordenadora da campanha, explica a importância da mobilização. “Essa campanha acontece há 16 anos e nós participamos há bastante tempo, promovendo ações assistenciais com laringoscopias gratuitas. Nosso principal objetivo é captar pacientes com suspeita de câncer e alerta a população para um diagnóstico mais precoce através da avaliação otorrinolaringológica. Os sintomas de alerta são roquidão por mais de 15 dias, sensação de bolo ou corpo estranho na garganta, pigarro constante ou dor para falar. O paciente que tem uma lesão suspeita de câncer é encaminhado para o ambulatório de otorrinolaringologia, sendo submetido à biopsia para confirmação do diagnóstico. Muitos pacientes chegam com lesões benignas, como cistos, pólipos e nódulos vocais, popularmente conhecido como “calos” nas pregas vocais. Esses têm tratamentos alguns cirúrgicos e outras ambulatoriais, como a fonoterapia”, finaliza.

Um alívio para a dona de casa Roseni Ribeiro Barbosa que veio de Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia. Ela descobriu o nódulo nas cordas vocais há dois anos e desde então sente dores, rouquidão constante e já teve até sangramento. Com indicação cirúrgica, ela buscava um diagnóstico mais preciso. “Eu soube dessa campanha e não pensei duas vezes. Não conseguia exame pelo SUS na minha cidade e eu teria que pagar uns R$ 1.000,00 para fazer numa clínica particular. Essa foi uma excelente oportunidade. Estou muito feliz por encontrar um atendimento de qualidade e humano”. Dona Roseni veio que com a filha, Amanda, e saiu com um ótima notícia. “A cirurgia foi descartada, por enquanto, a médica me orientou a fazer um tratamento com a fonoaudióloga. Tenho fé que ficarei curada sem precisar operar”.

Aos 77 anos, a aposentada Célia Maria Santos, soube da campanha pela rádio e fez logo o agendamento. Com uma tosse persistente há 4 anos, ela temisa que tivesse algo mais sério. Depois da avaliação e da suspeita de refluxo, Dona Célia recebeu a orientação para procurar o gastroenterologista e iniciar o tratamento. “Estou muito satisfeita. Nunca recebi um atendimento tão bom. Aqui os médicos nos deixam à vontade, explicam tudo e todos são muito educados. Além de feliz, estou aliviada por saber que não tenho nada grave”, comemora.

CÂNCER DE LARINGE

De acordo com o INCA – Instituto Nacional de Câncer, o câncer de laringe ocorre predominantemente em homens e é um dos mais comuns entre os que atingem a região da cabeça e pescoço. Representa cerca de 25% dos tumores malignos que acometem essa área e 2% de todas as doenças malignas. A ocorrência pode se dar em uma das três porções em que se divide o órgão: laringe supraglótica, glote e subglote. Aproximadamente 2/3 dos tumores surgem na corda vocal verdadeira, localizada na glote, e 1/3 acomete a laringe supraglótica (acima das cordas vocais). O tipo histológico mais prevalente, em mais de 90% dos pacientes, é o carcinoma epidermoide.

Conforme o último levantamento do INCA – Instituto Nacional de Câncer, em 2014, no Brasil, surgiram 6.870 casos novos de câncer de laringe em homens e 770 em mulheres. O risco estimado é de 7,03 casos a cada 100 mil homens e de 0,75 a cada 100 mil mulheres.

“Os pacientes que apresentaram lesões sugestivas a um diagnóstico de câncer, a depender do nível de evolução da doença, podem ser tratados na própria FOB. Casos mais graves são encaminhados à rede pública especializada no tratamento do câncer. O fundamental é buscar o diagnóstico o quanto antes. Uma cirurgia na fase inicial da doença tem grandes chances de cura. Em alguns casos, inclusive, sem a necessidade de radio e quimioterapia.”, explica Dr. Otávio Marambaia, médico otorrinolaringologista e presidente da FOB.

Jornalista Responsável:

Cinthya Brandão

DRT/Ba 2397